quinta-feira, setembro 20, 2007

Choripan, bondiola e CIA.


Amigo Túlio do http://www.aires-buenos.blogspot.com/ , desfrutando uma bondiolita.
Na Argentina até que tem cahcorro quente, se chama pancho e é bem sem graça. Consiste em pão, salsicha, ketchup, mostarda e quando muito, umas batatas palhas. Nada que se compare a riqueza de variedades que encontramos no Brasil.
Mas também, a verdade é que aqui o cahorro quente está numa categoria deiferente de refeição do que está no Brasil. Poderíamos dizer que o cahorro quente está para os argentinos, como a coxinha está para os brasileiros, e ainda se considerarmos que nessa categoria eles enfrentam a concorrência, quase desleal, das empanadas, fica fácil entender o subdesenvolvimento desse petisco em terras portenhas.
Mas então que tipo de comida desempenha na Argentina a mesma função social do dogão no Brasil? Acho que a resposta correta seria o choripan. Mas que diabos é isso? Bom, como o próprio nome indica é pão com alguma coisa, nesse caso chorizo, que é um tipo de linguiça. Mas também pode ser um morcipan, que é a mesma coisa mas feito com morcilla (linguiça de sangue ou chouriço). Fora isso, nessa categoria você ainda encontra a bondiola ao limon ou o bife de chorizo no pão, e por último mas não menos importante, a paty, uma mara de hamburgueres tão famosa por aqui que acabou num daqueles casos onde o nome da marca substitui o do produto.
Todas essas opções, geralmente são encontradas nuns carrinhos muito similares as nossas carrocinhas de cachorro quente. Nesses lugares além de todas essas iguarias, você encontra toda a sorte de condimentos adulterados com água, guardanapos de papel que não absrovem nada e servem mais para espalhar a sujeira do que para limpar e bebidas a preços honestos, como uma cerveja Isenbek de 1lt por 6 pesos.
O melhor lugar de Buenos Aires para se esbaldar com um choripan, certamente, é a costanera sur. Esse lugar é um tipo de área de lazer que fica ao lado da reserva ambiental da costanera e atrás do badaladíssimo bairro de Puerto Madero. Mas não se deixem enganar pela localização nobre, a costanera é do povo. Gente normal e farofeiros em geral se esbaldam nas barraquinhas de choripan que se encontram a cada 10 metros nessa área da cidade. O cheiro de carne na brasa é predominante e fica difícil resistir a tentação.
Eu, pra ser sincero, não sou um grande fã do chorizo e nem da morcilla, mas como não resisto a comida farta, barata, saborosa e que faz mal pra saúde acabo consumindo a bondiola e o bife de chorizo. São opções mais caras, é verdade, mas 6 pesos por umas 400g de boa carne num pão e condimentada com chimichurri a vontade, ainda está longe de ser um mal negócio.
Por isso, recomendo. Quando vier a Buenos Aires dispa-se dos seus preconceitos e visite a costanera, não tem prensado com frango e catupiry e nem pure de batatas, mas se você é fã de comida de rua, certamente não vai sair de lá com fome.

terça-feira, setembro 18, 2007

Deu branco


Enfim o frio deu uma trégua esses dias atrás aqui na terra dos malbecs, e foi possível experimentar pela primeira vez desde que cheguei, alguns dos vinhos brancos porduzidos na Argentina.
O mais clássico e conehcido deles é o torrontés, essa cepa espanhóla se adaptou muito bem ao terroir argentino e dizem, produz belos vinhos. Mas o único torrontés argentino que provei até hoje foi o Etchart Privado, 2001 e confesso que não achei grandes coisas.
Na verdade, quando se trata de vinhos brancos, meus cohecimentos enológicos que já são parcos se tornam ainda mais irrelevantes. Não conheço muitas cepas diferentes, então não sei se por gosto ou ignorância, meu preferido sempre acaba sendo o chardonay.
Nos poucos dias de sol que antecederam o verão que estar por vir, fiz uma prévia com dois rótulos. O primeiro foi um Chenin/Chardonay que não me lembro o nome, mas que apesar de ter custado a ridícula quantia de 3,30 pesos, estava bem bom, claro que com as deviadas ressalvas. O outro foi o Postales del fin del Mundo chardonay 2006, esse um pouco mais caro, cerca de 9,90. Um bom vinho, bem frutado e refrescante com acidez na medida certa, recomendado para uma noite quente em Buenos Aires.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Típico!


Arepas colombianas, realmente típicas.
No Mundo não falta intercâmbio de culinárias, na maioria dos casos promovido pelos restaurantes de comida típica. Qualquer grande cidade oferece opções para quem quer experimentar comida de outros países sem sair do seu.
Alguns lugares como São Paulo, por exemplo, são considerados verdadeiros centros de convergência da gastronomia Mundial. E mesmo as cidades menores contam com restaurantes de cardápio internacionalizado, nem que sejam os clássicos: italiano, japônes, chines, francês etc.
Geralmente, isso é muito positivo pois não é todo dia que você pode pegar um avião e ir até a India comer comida indiana, por exemplo. Na realidade a maioria das pessoas passará toda a vida sem fazer uma viagem como essa, mas muitos podem sair para jantar em um restaurante de comida indiana em sua própria cidade.
O problema é saber o quão indiana é a comida servida como tal por aí. Pois é, o que poderia ser uma boa forma de difundir uma cultura gastronomica, na maioria das vezes se torna uma ótima forma de distorcer a mesma.
Logo que cheguei aqui fui a um restaurante colombiano, a comida até que não estava mal, mas desconfiei que não era muito típica. E de fato essa semana pude comprova-lo, graças a uma amiga colombiana que me convidou para comer a mesma comida típica colombiana, só que dessa vez feita por ela e da forma como se faz na Colombia.
A verdade é que a maioria dos restaurantes típicos adaptada as receitas à oferta de ingredientes locais, pois senão seria inviável, devido ao valor dos produtos importados. Mas quase nenhum deles informa isso ao consumidor, ou seja, acabam vendendo gato por lébre, típico não?


segunda-feira, setembro 03, 2007

Até o fundo do pote


Eu sempre gostei de doce de leite mas nunca fui nenhum fã. Gostava, achava bom e comia as vezes, quase sempre no café da manhã e com queijo de minas. Mas aqui, o doce de leite está muito mais presente no cardápio do dia-a-dia.
Além da oferta ser maior, a qualidade também é muito superior. Há uma grande variedade de diferentes tipos de doce de leite, artesanais, reposteiros etc. Mas todos são muito bons, você pode comprar sem medo, porque mesmo as marcas mais baratas oferecem um padrão alto de qualidade.
E os argentinos comem o tempo todo, além de ser o recheio clássico da guloseima mais argentina que existe, o afajor, o doce de leite também acompanha quase todas as sobremesas típicas do país. Tudo quanto é postre aqui vem com doce de leite, sorvete de doce de leite, panqueca com doce de leite, flan com doce de leite e por ai vai.
Mas o Brasil também não é nehum leigo no assunto doce de leite, e dizem que o estado de Minas Gerais produz ótimos exemplares do produto. Tanto é verdade nossa tradição no doce de leite, que é de autoria tupiniquim a receita da melhor sobremesa feita com o doce que eu já comi, um petit gateua de doce de leite.
Aproveitando a farta oferta e a tradição do doce de leite daqui resolvi preparar essa sobremesa outro dia, e devo dizer que é muito boa, talvez seja ainda melhor que o clássico petit gateau de chocolate.
Agora pretendo tentar reproduzir uma outra sobremesa muito boa feita com doce de leite que comi certa vez no Brasil, um cochiglone de abóbora ao molho de doce de leite e especiarias. Porque o doce de leite argentino pode até ser melhor, mas quando se trata de criatividade na cozinha os brasileiros ganham disparado.